"8 de Dezembro
Nora, minha querida e amável putéfia, fiz como disseste, menina porca, e enquanto li a tua carta bati duas pívias. Estou encantado por ver que gostas de ser fodida pela via traseiral [confrontar com as 2 vias de Parménides]. Sim, lembra-me agora aquela noite em que te fodi por detrás durante muito tempo. Adorada, foi a foda mais indecente que alguma vez te dei. Estive horas com a piça espetada em ti, a foder para fora e para dentro, abaixo do teu rabo voltado ao contrário. Sentia as tuas gordas ancas suadas debaixo da barriga e via-te o rosto em fogo, e os olhos enlouquecidos. Sempre que eu dava uma bombada a tua desavergonhada língua brotava entre os lábios; e o teu traseiro, se a bombada era mais forte que as outras, cuspia grandes peidos sujos. Adorada, nessa noite tinhas o cu cheio de peidos e a foder fi-los sair de ti, uns senhores peidos fartos, compridos e ventosos, pequenos traques vivos e alegres, e uma porção de pequenos peidos perversos que terminavam num grande fluxo saído do olho do cu, É maravilhoso foder uma mulher que se peida, que põe cá fora um a cada bombada. Julgo que em qualquer lado saberia reconhecer um peido da Nora. Julgo que poderia identificá-lo num quarto cheio de mulheres a peidarem-se. É um ruído muito de menina, diferente do peido húmido que eu imagino ligado a gordas senhoras casadas. É inesperado, e seco, e sujo como aquele que uma descarada rapariga larga de noite, por piada, no dormitório de um colégio. Espero que a Nora me dê um nunca acabar de peidos no rosto, para eu também ficar a conhecer-lhes bem o cheiro."
James Joyce, Querida Nora! (cartas de 1909), trad. Carlos Valente, Lisboa: Hiena Editora, 1994
[aqui, o acompanhamento — reflectir sobre a desinência do quarteto; e é fantástica toda a "música" que não a dos instrumentos que tocam, os ruídos circundantes, a sinfonia dos espectadores: vida]
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