notas culturais, fragmentos do exílio - venturabravo [at] gmail [dot] com

20.11.09

PT Anderson

Boogie Nights (1997), de PT Anderson, foi uma suave desilusão [na Cinemateca, dia 19 - 21h30].
Balançando, chego à conclusão de que o que mais gostei de Anderson foi Punch-Drunk Love (2002), que mesmo não sendo o seu filme mais forte (será a leveza?), é certamente o mais simples e coeso (não se dispersa, ao contrário dos outros exercícios do realizador ['exercícios' parecem, olhando a sua 'flamboyant' filmografia]) e isso joga a seu favor (com uma maravilhosa banda-sonora de Jon Brion).
Já o último (There will be blood) foi um filme muito inconsistente e severamente sobrevalorizado.
(Magnólia é memória demasiado vaga...)
PTA vai-se deixando descair na permissiva escala do prazer. Fica-se à espera do próximo filme, para confirmar o desanimo ou reerguer lentamente o olhar.



Boogie Nights (1997)

19.11.09

números, apenas

10 dias depois reparo que passaram 10 dias. Mais 10 hão-de passar.
E outros a seguir.

Então virá.

9.11.09

melancholic post-hippies: free-love is dead, but...

http://pitchfork.com/tv/#/musicvideo/3675-girls-hellhole-ratrace-true-panther-sounds
Girls: 'Hellhole Ratrace' (do album Album [2009])


http://pitchfork.com/tv/#/musicvideo/3749-girls-lust-for-life-true-panther-sounds
Girls: 'Lust For Life'
(idem)

Olivia Thirlby (uff)


a face with personality a face to fall in... mesmerized

Olivia Thirlby.
Porque há-de lembrar-me Joan Didion?

Pode ser vista, por breves momentos, no primeiro episódio (e em outras ocasiões) de Bored to Death (2009), nova série televisiva da HBO, com Jason Schwartzman (gang Wes Anderson) posição de protagonista (como escritor alcoólico e amigo d'erva) Lembram-se dela (verborreica, transpirando uma sexualidade gritante) no insípido June? - era a melhor amiga da protagonista, cabelo loiro... não?

O sorriso é fenomenal, tem que ver com os lábio (a boca), as linhas do rosto, os olhos, sim, os olhos, o arzinho adolescente, a proibição. É um rosto inteligente, irresistível (ainda mais ao sorrir).

E porque também falamos de séries televisivas com escritores, a 3ª temporada de Californication já começou nos EUA e o 7º episódio vai para o ar hoje (procurem na 'teia' - encontrarão).

8.11.09

'It could well be that American novelists never again achieve the same level of mythology as Roth'

Do último Roth traduzido para português (Indignation, 2008), se tem dito maravilhas (em Portugal). É bom, certo, mas exagera-se (sobejamente conhecidos são os fanatismos literários [em norma, por escribas norte-americanos] dos bloguistas portugueses - prefiro saborear e pesar, com tempo), pois o anterior Everyman (2006) está num patamar superior - profundo e comovente, é uma grande obra.
Entretanto, já saiu outro Roth, The Humbling, o trigésimo - fica uma crítica negativa da 'novela', porque prefiro-as às positivas, como pequenas provocações (desafios) à leitura (que se quer virgem - sem dúvida, uma utopia). Quem como eu não quiser esperar (deverá chegar-me a casa amanhã) por uma talvez (não) desgraçada tradução (e fica mais barato, caso não nos furtem os códigos).
E embalado como está, diz que já acabou outro romance, a publicar em 2010, Nemesis, (e tem título!), o que prefaz 3 obras em tantos anos.

[nota: há outras fontes, há também recensões positivas, mas gosto de repetir-me, os links são todos do Guardian Books Blog, o título idem]

política(s)

(...) se uma mulher for notoriamente femininista chamamos-lhe 'perseverante', se for autoritária escolhemos 'empreendedora' e se for parva tratamo-la por 'mimada'. Quanto às questões físicas — porque há sempre questões físicas — se estiver um pouco magra dizemos 'elegante' mas demasiado magra dizemos 'muito esguia'. Se estiver um pouco gorda será igualmente 'elegante' mas para demasiado gorda a palavra adequada será 'voluptuosa'. Se estiver no ponto, sem dúvida que é 'muito elegante' o comentário correcto e depois disso tentamos não ser muito indiscretos.

4.11.09

Gonzales, the joy of the 'grudge'



Ficamos com um exemplo [quem tiver o hábito de ouvir o canal Mezzo já deve ter tropeçado neste concerto] da vertente mais introspectiva, daquilo que foi o excepcional concerto (onde o deleite [também cómico] proveio da escuta da música, ora erudita, ora popular, e do próprio compositor/intérprete ora composto ora possuído pelo ritmo) de Gonzales na Culturgest (3 de Novembro): invulgar performer, de recursos múltiplos (rapper/MC, produtor, artista pop, pianista clássico...), e figura irresistível de semblante mafioso; entreteve-nos, presenteando-nos com peças melódicas (e físicas) variadas.
Foi uma semana algo invulgar, a nível de qualidade performativa nas teclas, que sábado já tivera António Pinho Vargas (sublime!) no mesmo piano.


@ ventura bravo [venturabravo@gmail.com]


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