"'Como foi?', ela perguntou, com a voz embargada pela emoção.
'Ele se afogou.'
'Mas o meu pai nada muito bem.'
'Foi jogado desmaiado em alto-mar.'
'Fala a verdade, por favor.'
'Deram um tiro na cabeça dele e jogaram no mar. Ele não deve ter sofrido.''E o corpo dele? Para lhe darmos uma sepultura digna...'
'O túmulo dele é o mar... Como se ele fosse um marinheiro...' Calei-me com o receio de dizer mais tolices."
Rubem Fonseca, O Seminarista (2009), Lisboa: Sextante Editora, 2010, p.78.
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