"Avatar", que não é um blockbuster qualquer feito por um cineasta qualquer, também não é um grande filme. E levantou a questão mais importante que, lá no fundo, não tem piada alguma: o 3D em relevo, afinal, nasce por razões criativas ou económicas? Hipótese pessimista (que, perante este cenário, ninguém deseja): e se "Avatar" fracassasse no box-office? E se aquelas mesmas salas que também nos mostram Tarantino, Coppola, Haneke, Oliveira e Pedro Costa fechassem as portas? Em tempos de desespero para o sector cinematográfico, que tenta resistir à crise e está à beira do colapso em toda a sua estrutura, da produção à exibição, estar dependente de uma só aposta, de um tiro no escuro que é um tudo ou nada, só pode ser desconfortável. "O Wrestler" e aquele extraordinário Mickey Rourke recauchutado não nos falou de outra coisa.
(Francisco Ferreira, no Expresso)
Há 1 hora
Sem comentários:
Enviar um comentário