Avatar: sala cheia de pessoas (organismos vivos que respiram e emitem sons), pipocas, bebidas, lixo. Lisboa
Comparando com o ano passado (2008 e não 2009 - 2010 é coisa em que se entra devagar), lembrou-me o ameno (e no entanto cheio de pompa!) Australia (2008) - até os poria lado a lado (embora tenha que admitir que Avatar me deu um pouco mais de prazer, porque tem uma jovem belíssima - assim a fizeram, muito devem ter estudado, para preencher desejos - corpo de modelo, linhas exóticas e irresistíveis [principalmente quando está em momento fértil], sorriso tímido mas sedutor). Alguém ficou para o genérico final, com a saída em massa, e ouviu uma música de muito mau gosto - uma voz -, parente da de Céline Dion? O amor não tem limite.
E o tribalismo, o mimetizar, na caracterização, do povo nativo de Pandorra (= caixinha de surpresas) - espécie de índios e tribos africanas (conceitos vastíssimos, sempre evocativos). Pode dizer-se que 'Pandorra' é a heroína (Neytiri) e não o planeta, no seu papel para com Jake Sully (nome que nos parece algo desleixado - também lhe veio à cabeça a música de Johnny Cash, "a boy named Sue"?).
Sobre o 'realismo', não é factor. Realism, título do novo álbum dos Magnetic Fields, a sair no final deste mês, esse sim será factor decisivo no balanço musical de 2010 - listas!)
Com ou sem 3D, pouco se nota. A diferença é que sem os óculos parece um jogo de computador, e com eles um filme de animação (os diferentes planos de profundidade - personagens e objectos planos, na forma [visual] e escrita). O 3D sente-se somente quando em alguns momentos vem até nós e ouvem-se comentários "quase que podia tocar", porque está 'no meio de nós' - aí torna-se intrigante, deixa-me a pensar na porrada sensorial com que vamos levar, cada vez mais. Qualquer dia seremos nós a ligar os nossos terminais nervosos, na ponta dos cabelos ou na espinal à altura dos rins (em forma de vagina ou de olho do cu - Cronenberg), às tecnologias agora emergentes. Oui, oui, oui, l'avenir!
- já foste?
- não.
- então vai. e não te esqueças de deixar os óculos à saída. porque nos próximos 3 anos vais ter ziliões deles. e já a seguir a Alice in 3D-lândia do Burton.
Eu fui, agora, depois do Natal, e posso dizer que o 3D é o futuro: dos videojogos, da realidade virtual (oxalá já tenha morrido entretanto - eu), mas nunca do cinema. Está de passagem. O 3D é uma moda, uma superfície, uma veste, um adereço/ artifício - não é cinema. E não há nada como depois do filme, à saída da sala, colocar os óculos no balde para o efeito. Num futuro de 'cinema' (i.e., espectáculo) 3D, teremos lentes de contacto preparadas para dimensionar a tela (talvez até deixe de haver tela, - um cubo, nós no meio, atacados sensorialmente, até ao orgasmo ou morte); eu terei de pagar um pouco mais por causa da graduação (compensar a minha ligeira invisualidade).
Comparando com o ano passado (2008 e não 2009 - 2010 é coisa em que se entra devagar), lembrou-me o ameno (e no entanto cheio de pompa!) Australia (2008) - até os poria lado a lado (embora tenha que admitir que Avatar me deu um pouco mais de prazer, porque tem uma jovem belíssima - assim a fizeram, muito devem ter estudado, para preencher desejos - corpo de modelo, linhas exóticas e irresistíveis [principalmente quando está em momento fértil], sorriso tímido mas sedutor). Alguém ficou para o genérico final, com a saída em massa, e ouviu uma música de muito mau gosto - uma voz -, parente da de Céline Dion? O amor não tem limite.
E o tribalismo, o mimetizar, na caracterização, do povo nativo de Pandorra (= caixinha de surpresas) - espécie de índios e tribos africanas (conceitos vastíssimos, sempre evocativos). Pode dizer-se que 'Pandorra' é a heroína (Neytiri) e não o planeta, no seu papel para com Jake Sully (nome que nos parece algo desleixado - também lhe veio à cabeça a música de Johnny Cash, "a boy named Sue"?).
Sobre o 'realismo', não é factor. Realism, título do novo álbum dos Magnetic Fields, a sair no final deste mês, esse sim será factor decisivo no balanço musical de 2010 - listas!)
Com ou sem 3D, pouco se nota. A diferença é que sem os óculos parece um jogo de computador, e com eles um filme de animação (os diferentes planos de profundidade - personagens e objectos planos, na forma [visual] e escrita). O 3D sente-se somente quando em alguns momentos vem até nós e ouvem-se comentários "quase que podia tocar", porque está 'no meio de nós' - aí torna-se intrigante, deixa-me a pensar na porrada sensorial com que vamos levar, cada vez mais. Qualquer dia seremos nós a ligar os nossos terminais nervosos, na ponta dos cabelos ou na espinal à altura dos rins (em forma de vagina ou de olho do cu - Cronenberg), às tecnologias agora emergentes. Oui, oui, oui, l'avenir!
- já foste?
- não.
- então vai. e não te esqueças de deixar os óculos à saída. porque nos próximos 3 anos vais ter ziliões deles. e já a seguir a Alice in 3D-lândia do Burton.
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